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Todos os textos © por Igor Barbosa ou devidamente creditados.

4/30/2004

Confesso 

Sou Homem, branco, heterossexual, religioso, não-comunista, não-usuário de drogas, não-antiamericanista. Que será de mim, agora?
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Soneto Inglês 

A arte que no sono imaginaste,
A idéia que te veio à noite, ao leito,
E que por anotar não levantaste
Há de causar-te eterna dor no peito.
Sabendo que não há recordação
Possível do que a musa te sugere
Na seguinte manhã, ind'assim não
Tomas da pena, que a tudo fere
E a tudo cura. Dormes regalado,
O tempo passa, o sol se ergue, acordas;
Vazia a mente e preso neste estado,
Come-te o desespero pelas bordas.
  Perdeste para sempre a grande chance
  De grande ser, perdida num relance.

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4/29/2004

Novos Esportes 

Luta com sacos de pão de forma

Num ringue de formato circular com diâmetro de 3 metros, os contendores vestidos com calças de moletom combatem usando sacos de pão de forma, obviamente cheios, que devem segurar com apenas uma mão. A outra mão não pode ser usada para defesa, devendo permanecer no bolso da calça. Tirar a mão do bolso caracteriza desclassificação. A luta somente pode terminar por nocaute.
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Spoiler 1 

Nota:A seção Spoilers contem, é óbvio, Spoilers. Se você ainda pretende ler este livro, pare agora.

Malícia Negra (Black Mischiel), Evelyn Waugh

Seth morre envenenado, não ficando claro se foi assassinato ou suicídio. Basil providencia que o corpo seja levado aos Wanda, para o funeral, no qual se come a carne de Prudence, que fugia de Azânia num avião que caiu na floresta. Detalhe mórbido: No meio do livro, Basil havia dito a Prudence que queria comê-la, ao que ela respondeu "É o que você vai fazer, querido...". Basil volta para a Inglaterra e Azânia se torna um protetorado Franco-Britânico.
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Séries 

Começo hoje neste blog minhas séries de Posts: Novos Esportes, Spoilers e Qual é a música?
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4/26/2004

A quem devo (quase) tudo que sou 

Era uma vez um lindo rapazinho de cabelos levemente cacheados, moreno, alto, forte e um tantinho inteligente, que sabia cozinhar e que estudava filosofia, sobre o qual mais não falo além de que era eu mesmo, que estava apaixonado por uma linda mocinha de cabelos idem, não tão morena, nem tão alta, nem tão forte, mas que para o bem do rapazinho era muito mais inteligente.

Certa feita(...), o rapazinho e a mocinha se tornaram namorados, e ela tratou de extirpar-lhe os maus hábitos; vede, o rapaz ouvia Heavy Metal (hoje se defende dizendo que já ouvia pouco), vestia-se , não digo mal, mas com menos classe que nowadays, era meio imbecil quanto às próprias convicções políticas, sociais e religiosas, enfim, uma vergonha mesmo.

O maior golpe à parva pessoa do namorado veio numa tarde de nada melhor para fazer, à entrada do cinema; o tosco queria ver Carandiru. Num ousado golpe retórico (Jamais verei tal lixo), a linda moçoila o atordoou, assistindo ambos a Johnny English.

Desde então, a finesse do rapaz só tem crescido, e ele já está procurando um emprego melhor para poder sustentar tamanha sofisticação e manda um beijo para você, que o reconciliou com sua verdadeira vocação aristocrática.
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As reduções 

Sábado retrasado fui a um sebo (alguém sabe como se fala em Portugal? Com certeza é melhor que sebo). Nada estranho, realmente prefiro livros novinhos e cheirosos, mas o dinheiro nunca basta; de modo que livros usados e suspeitos são a saída. De qualquer forma, fui a um sebo nove dias atrás, de onde trouxe um romance de Paulo Francis, um de Evelyn Waugh, uma compilação de contos de Poe e um Fernando Sabino, não havia mais muita coisa aproveitável, e já era tarde... Fui a um sebo, e lá vi, na parte onde ficam as coleções do tipo Júlia, Sabrina e similares, um livro de Henry Miller - Nexus. Por que diabos Henry Miller, tão bom escritor, foi reduzido a um autor de romances para titias? É porque só pensa naquilo?

Achar que Henry Miller é um escritor de livrinhos mela-cueca porque em algum momento acompanha esta linguagem é simplificar. Simplificar, para mim, é errar grosseiramente.

Há quem diga que toda grande verdade é uma simplificação. Eu creio que toda verdade é simples em si, o que é bem diferente - Por exemplo, todos os corpos têm massa, o que é simples, mas não uma simplificação, já que todos os corpos realmente possuem massa. Não é necessário simplificar esta verdade, que já é simples por natureza. Por outro lado, se 99,982% dos corpos possuíssem massa, a mesma simplificação seria falsa.

Simplificar é errar grosseiramente porque à medida em que nos afastamos da origem do erro, que é a afirmação, para verificar seus extremos, que são as observações, percebemos um aumento no número de eventos contraditórios - quanto mais distante o alvo, maior o erro proporcionado por um ângulo levemente incorreto. Assim, quanto maior é a precisão necessária, menor é a precisão que podemos fornecer.

Com isto, concluo que é impossível chegar a qualquer definição sobre qualquer coisa, e portanto Henry Miller foi alocado junto com Debra Marlenowa por causa da capa.
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Resposta única 

Fé é u´a cousa pela qual eu me respondo porque não me pergunto. Como responder a todas as perguntas? Diga "Deus sabe". Ah, mas existem os ateus. Ateus: Para vocês, abjurar não deve ser tão doloroso quanto para os cristãos - Acho que vocês deviam tentar; Deus sabe. Somente Allah é Allah, e se não fosse não seria, mas é. Olá, muslims não-fundamentalistas; um abraço.
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Cousas que não me pergunto porque não saberia responder 

Alguém poderia me dizer quem foi o imbecil que inventou de colocar um botão embaixo do "delete" que desliga o computador?

Existe alguma lei cultural/sociológica que separa a beleza da inteligência? Obviamente, não é uma lei natural.

Por que café é bom?
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4/20/2004

Mote e Glosa 

Mote:
É doce morrer no mar,
na boca de um jacaré
Depois de pisar no pé
Duma jibóia ao pular


Passei pela velha trilha,
Procurando um bom conselho
Que me desse o mico velho
Sobre a minha armadilha.
E o que ouvi dele lá?
Haveria algo tão louco
Em mim, ao fingir-me mouco?
“É doce morrer no mar”

Vim embora sem acordo
De mim, que do coração
Tanta preocupação
Saía pelo rebordo,
E só acordei (bofé!)
Vendo, pouco satisfeito,
Que estava já pelo peito
na boca de um jacaré.

Percebi, subitamente,
Que o jacaré engasgava:
Era meu pé que passava
Na glote. Peguei de um dente
E pensei: “Vou lutar de pé”,
Alçando-me para fora;
De combate o botei fora,
Depois de pisar no pé.

Fui embora convencido
De que nenhuma armadilha,
Nada oculto nesta trilha
A mim dará por vencido;
Aprendi sem decorar
Que a vida é doce e não dura,
Que tenho a desenvoltura
Duma jibóia ao pular.

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4/19/2004

Como eu sou bajulador 

Possivelmente o melhor post do Nelson. Ele não tem Permalink, então confira no dia 15 de Abril de 2004. Fucking Great.
Yet, este cara tem o blog com os melhores comentários. Não percam.


UPDATE:Ele tem permalink? Tem, sim senhor. Tá na mão.
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Já sei do que se trata, mas 

Aderindo

1. Pegue o livro mais próximo de você;
2. abra o livro na página 23;
3. ache a quinta frase;
4. poste o texto em seu blog junto com estas instruções.

"Mas é surreal o literalismo da reprodução das palavras de Maneco" - Cabeça de Negro, Paulo Francis

do Eyes Wide Open.
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4/15/2004

Poeminha tosco e Limeriques 

Avistar: Bater co'o olho,
Molhar: Colocar um molho,
Tosar: Congelar piolho,
Seja este velho ou pimpolho.

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Um hipopótamo azul
Me disse que, lá no sul
D'África, Trielanol
Para safar-se do sol
Não é como em Tuvalu.

Disse-o em Fá Bemol,
Que é Mi, sexta do Sol;
Disse num Si Sustenido,
Crendo ser músico lido,
Mas sem saber nem tarol!

Não sabe ele, otário,
Que num compasso ternário
Os efeitos salutares
Dos protetores solares
São regidos pelo horário.
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4/13/2004

Passou 

Vocês não gostaram do Meliconde. Humpf. Ele mandou dizer que não volta. Talvez eu termine A maldição do segundo plano esta semana. Vou a São Paulo amanhã. Perguntei à minha segunda personalidade (quem vai é a primeira) se quer algo de lá; respondeu (respondi) que queria distância. Não obstante, procurarei pães de queijo do Daltony, aos quais atearei fogo num falso ritual religioso pagão. Se não encontrar, qualquer livrinho de sonetos de Shakespeare serve.
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Doce, doce, doce, a vida é um doce, 

Vida é mel. Por que todas as músicas antigas da Xuxa pareciam do RPM? Escorre na boca, chicas. Em 2019 seremos tão ridículos quanto 89 é hoje?
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4/07/2004

Como identificar música ruim - Para ler com sotaque carioca de 1898 

Por Meliconde Armênio, crítico musical, lógico e parnasiano tardio


Não versarei nesta erudita nota sobre as sequências sonoras que de tão ruins chegam a causar dores auriculares, das quais exemplos do que digo não faltam; vá a um baile funk - palavra que denota, no sonoro idioma de Milton, pavor - ou a uma festa de aniversário de algum infante ou infanta suburbanos, e lá poderá aferir por conta própria de que se trata. De fato, hei de ater-me, em linguagem franca e modesta, àquelas peças de mau-gosto apenas entrevisto, ou que se diga melhor, entreouvido. Tais obras não são de fácil identificação como música ruim; têm em si algo que entorpece o ouvinte, fazendo-o crer no próprio discernimento como tudo que há mister para escolher que tipo de música apreciará.

Como disse Teodoro Enfeite, a pior produção artística é aquela que, submetida às maneiras da Indústria Cultural, aproxima os domínios da arte superior e da inferior; com prejuízo para ambas. Música ruim é aquela que não possui o refinamento e profundidade da produção dos grandes mestres, sem se abandonar à primitividade autêntica das formas populares. É este o mote e o fio sobre o qual conduzirei meu humilde esforço; junto-o à minha anterior asserção, que referia ao entorpecimento do apreciador de música ruim, para concluir que:

Em primeiro lugar, a música popular, vista sua apreciação do médio entre o erudito e o simples, invariavelmente tende a ser ruim.

E em segundo lugar, que pode-se inferir que certa peça ou gênero musical é ruim a partir da impossibilidade de seus apreciadores de se aperceber dos defeitos que um ligeiro estudo de teoria e execução musical permitirá ao experimentador reconhecer.

São sinais de que a música é ruim:

Usar como seqüência harmônica: Um acorde menor, seguido por um acorde maior de sua Sétima, um acorde maior de sua sexta e finalmente um acorde maior de sua quinta; por exemplo, Mi menor, Ré Maior, Dó Maior e Si Maior. Não citarei peças que utilizam tal artifício, a menos que não o consiga identificar; neste caso, sinta-se o leitor livre para consultar-me.

Usar no arranjo bateria eletrônica – refiro-me não a seqüenciadores ou samplers, quando sim àqueles instrumentos que se tocam como se fossem baterias acústicas, não possuindo senão contatos que acionam um som digital muitíssimo falso. Sinal de péssimo gosto do arranjador, assim como solos de saxofone, sininhos, trechos de letra narrada, assobios (com raras exceções), efeitos como som de telefone tocando, motores ligados e congêneres.

Se alguém usando uma camisa da Legião Urbana disser que é bom, é ruim. Quanto mais espinhas este alguém possuir, pior. O mesmo vale para camisas do Che Guevara.

Se alguma mulher, que no que se refere ao quesito Data de Nascimento não pareça concordar com a própria identidade, disser que a dita canção é gostosa, saiba que será uma obra das mais deprimentemente ruins que já se escreveram. Se qualquer pessoa, em qualquer circunstância, usar o adjetivo gostosa(o) para qualificar, sob qualquer aspecto, a música, tenha por certo que a mesma é um jacu.

Se um homem com mullets gostar, é ruim. Se uma mulher com mullets gostar, é trágico.

Dado este rápido intróito à crítica musical, espero haver satisfeito vossas curiosidades quanto à separação da boa e da má música, dentro dos curtos limites de capacidade de que a Deusa Forma me permitiu dispor. Conto com vosso retorno a meus suaves ditos, depositando a devida concordância no espaço de comentários que para tanto disponibilizo. Saúdo-vos, desejando-vos uma Quinta-feira santíssima, uma reflexiva Sexta-feira da paixão de Nosso Senhor, boas malhações de Judas para o Sábado de louvores ao Senhor e um festivo Domingo de sua aprumada passagem da morte à vida eterna; durante estes dias não publicarei meus lapidados textos, visto que também eu tomarei meu quinhão de descanso e oração, em agradecimento ao sacrifício de Nosso Senhor.

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4/06/2004

Para Nina, 2 

Ingênuo enleio de surpresa,
Sutil afago em meus sentidos,
Foi para mim tua beleza,
A tua voz nos meus ouvidos.

Ao pé de ti,do mal antigo
Meu triste ser convalesceu.
Então me fiz teu grande amigo,
E teu afeto se me deu.

Mas o teu corpo tinha a graça
Das aves... Musical adejo...
Vela no mar que freme e passa...
E assim nasceu o meu desejo.

Depois, momento por momento,
Eu conheci teu coração.
E se mudou meu sentimento
Em doce e grave adoração.

(Manuel Bandeira)
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4/05/2004

A Maldição do segundo plano 

Naquela mesa, onde nem mesmo o forte vento do turbo-fan consegue impedir o acúmulo de poeira dentro do PC Mal-Assombrado, coisas estranhas acontecem.

Certa noite, voltando ao escritório após o fim do expediente, pois havia esquecido sobre minha mesa o livro que estava lendo por esses dias, tomei um atalho - o PC do colega, que nunca saía do escritório antes de mim. O colega de quem falo é um rapazinho um tanto estranho, embora muito delicado; diria meigo. Eu dizia, no entanto, que havia tomado um atalho, e que o atalho era o PC; o meu estava desligado, e havia esquecido de ler meus emails antes de sair. O atalho era o micro do colega, por onde chegaria ao WebMail.

O monitor se havia apagado, pois este colega (que doravante chamarei de Senhor R.) estava em outra sala já havia muitos minutos, examinando uns papéis.

Rolei o mouse, fazendo o monitor emitir um zumbido e iluminar-se, pouco a pouco, mostrando a sempre desconfortável área de trabalho alheia – e algo que me encheu do mais profundo terror.

Neste instante, ouvi, fanhosa e quase aguda, a voz de meu amabilíssimo companheiro de trabalho, que dizia:

-Oiê. Esqueceu de alguma coisa, fófi?

Normalmente, eu teria respondido algo como “Sim, um livro; desculpe-me, precisei usar seu micro por uns minutos para ler meus emails”. Mas não fui capaz; da tela uma visão grotesca, uma aparição sobrenaturalmente assustadora, saltava aos meus olhos.

O que se via, no segundo plano do Desktop, era uma foto onde o Senhor R. parecia beijar um ser indefinível, com uma testa imensa! Para meu pavor supremo, o Senhor R.(que na foto estava de costas, mas eu reconheci graças à tatuagem de borboleta sob um arco-íris que havia em sua nuca) voltou a falar comigo:

-Que houve, amig (É uma curiosa característica do Senhor R. não pronunciar a vogal final de certas palavras)? E avançou em minha direção, desde a porta onde estivera parado por não sei quanto tempo.

Nâo sei quanto tempo pois pareceu-me uma eternidade, durante a qual eu, congelado, não pude me mover – não pude nem sequer pensar em como reagir. Com o quê, o Senhor R. tomava parte em rituais satânicos e privava com monstros de fronte colossal! Enfim, não me movi, nem disse nada.

Entâo, ouvi um grito lancinante:

-AAAAAAAIIIIIIII! Tinha me esquecido dessa foto da Rave aí no fundinho da tela. Pelamordedeus, bofinho, diz que não vai contar para ninguém, vai...



Continua...
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4/02/2004

Soneto 

Passei uma manhã chupando cana;
Tentando assoviar, não conseguia.
Com uma boca apenas, só no dia
De São Nunca. Que nunca vem, sacana!

Mas quem, chupando cana, poderia
Assoviar, qual malandro que flana,
“Fiu-fiu, fiu-fiu, meu amor, dona Ana”.
Ou qualquer outra simples melodia?

Hoje assovio com menor freqüência,
Sei quantas calorias há no bolo,
Entendo mais dos livros de ciência.

Chupar cana e assoviar? Que tolo.
Assim foi minha triste desistência;
Se vejo algo difícil, já me empolo.
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O nome do novo partido 

Como se já tivéssemos poucos partidos, H.H. - Heloísa Helena, não Humbert Humbert - vai fundar mais um, e aceita sugestões de nome. Aqui vão as minhas:

PUTZ - Partido da União Trabalhista Zicada
PATO - Partido dos Amigos Traídos pelo Ômi
PUM - Partido dos Ultra-Marxistas
PITI - Partido dos Intelectualóides Tomados de Indignação
POTOCA - Partido Onesto, Trabaiadô, Onrado, Cincero e Anarfabeto

Serão aceitas?
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4/01/2004

O fim das tradições 

Sinto muita falta das tradições. Deixar morrer as tradições é deixar-se morrer.

Não faz muito tempo; eu era uma criança, e sabemos todos que a infância é a época mais conservadora da vida. Então, o Natal era uma atmosfera que se tornava mais densa e indefinidamente colorida, havendo dado seus primeiros sinais em Novembro, talvez Outubro. Era visível. A páscoa era um p.s. nos céus azuis das manhãs de Março (faltam n dias). O p.s. desaparecia em um certo domingo de Abril, transformado em uma ligeira explosão de fogos de artifício mudos, que se podia ver mesmo de costas. Eu era uma criança, e era conservador. Havia algo de imperioso nestes eventos, era necessário não somente passar por eles, mas representá-los. Eu era algo teatral, também.

Todo o mundo era constituído de leis insuspeitáveis e muito mais inteligentes - tanto quanto mais sutis - que as leis dos adultos. Uma grave infração infantil é falar alguma verdade dia 1º de Abril. Hoje, nenhuma das pessoas que 15 anos atrás teria cumprido esta norma pareceu dar-lhe qualquer importância.

Então veio a adolescência destruir minha ingenuidade. Destruir minhas crenças. Tornar-me inerte. Como somos imbecis quando queremos, mais que tudo, ser adultos. Tento livrar-me desta rede. Crescemos, tomamos responsabilidades. O que isso significa? Acordar às 07:00, tomar café, passar um bom tempo em um ônibus/trem/metrô/carro/o que seja, trabalhar (ou seja, fazer uma série de coisas de vaga importância), voltar para casa. À noite, ou nos fins de semana, encher a cara, fazer compras, ler livros de auto-ajuda. Morrer e ser enterrado em um terno de corte ruim, em um caixão de gosto duvidoso, num cemitério kitsch. Passar por tudo isso como bois na fila do abatedouro.

Eu lembro o que eu queria quando era criança, lembro o que achava bom e ruim, belo e feio. Lembro que naquela época, a época em que eu dava uma importância teatral ao que achava importante e desprezava o que não me interessava, a época em que eu desejava somente o soco no vilão, o beijo da princesa, o vôo, a época em que eu era capaz de me sentir pequeno e por isso amar a Deus era tão mais fácil, eu vivia.
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Antes bem acompanhado 

Melhor que ser linkado por pessoas talentosas, é vir assim, na emenda com esse pessoal:

Liberal, Libertário e Libertino
Alexandre Soares Silva
Jesus, me chicoteia!
O Polzonoff
Naïf Gendarme

Vou chamar a minha mãe pra ver.
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Novos links 

A Olivia/Forsit me linkou e é mais reconhecida do que retribuída - que blog bom ela tem!
E o Harry Letterx/Polegar Opositor manda muito bem.
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